Conheça a posição atual da Espanha no mundo dos vinhos e o motivo pelo qual os vinhos espanhóis estão classificados entre os melhores do mundo
A Espanha é realmente um país extraordinário, deslumbrante, de riquíssimas tradições, culturas, gastronomia, excelentes vinhos e muita diversidade. Não é para menos que está entre os 10 países mais visitados do mundo, segundo a Organização Mundial de Turismo – OMT.
Flamenco: música, canto e dança, uma tradição espanhola.
O Reino da Espanha possui 17 comunidades autônomas e algumas delas falam uma língua própria, além do idioma oficial do país, que é o espanhol. Por exemplo, na região da Catalunha (onde também é popular o Valenciano) e nas Ilhas Baleares, fala-se também o Catalão; na Galícia, o Galego; e no País Vasco e em Navarra, o Basco, Vasco ou Euskera.
“Triunfo de Baco”: do pintor espanhol Diego Velázquez, que está no Museu do Prado, em Madrid. Representa o deus Baco cercado por bêbados, conhecida como “Los borrachos”, os bêbados, em português.
Outro dado importante, é que a Espanha se encontra entre os 10 países mais ricos da Europa, apresentando um PIB anual de 1,28 trilhão de dólares, segundo o site das Nações Unidas.
A posição da Espanha no mundo dos vinhos
Observando os dados vitivinícolas, pode se destacar que o consumo per capita dos espanhóis é de 24,0 litros de vinho por ano, enquanto nós, brasileiros, não passamos de 2,6 litros, no mesmo ano de 2020.
A Espanha possui uma área de vinhedos maior que a de qualquer outro país, ocupando o primeiro lugar mundial em área plantada, superando China, França e Itália. Porém, quando o assunto é a produção de vinhos, ela ocupa o terceiro lugar, sendo superada pela Itália e França. Com relação à exportação, só perde para a Itália (dados de 2020, da Organização Internacional da Vinha e do Vinho – OIV).
Apesar da enorme área plantada com vinhas, a produção vinícola espanhola aparece em terceiro lugar. Isso acontece devido ao baixíssimo rendimento médio da produção de uva por hectare, no país como um todo. E as causas são o clima mais seco e os tipos de solo do país, que possuem menos minerais, em geral.
Ainda assim, a Espanha consegue se posicionar no segundo lugar mundial quando o assunto é a exportação de vinhos em volume. Isso é resultado da boa qualidade dos seus vinhos, em geral, e do menor preço da bebida no mercado exportador, quando comparada aos seus concorrentes. Por isso, muitas vezes, os vinhos espanhóis acabam sendo mais atrativos. Como consequência, mais de dois terços de toda a sua produção não ficam no país e são vendidos no exterior.
A influência do clima e do relevo na viticultura espanhola
Um fato curioso e pouco conhecido é que a Espanha é o terceiro país com altitude média mais alta da Europa. Sendo superada apenas pela Suíça e Áustria, ambas situadas nos Alpes. Cerca de 50% da topografia espanhola é constituída por planaltos, com uma altitude média de 600 metros acima do nível do mar.
Este diferencial da altitude é muito importante para a produção de vinhos no país, ainda mais porque a Espanha está localizada nas latitudes mais quentes. Portanto, a maior parte dos seus vinhedos se localizam em altitudes mais elevadas que as altitudes das famosas regiões vinícolas da França, por exemplo.
A altitude é um fator importante para a vitivinicultura, visto que proporciona maior amplitude térmica e mais luminosidade para o cultivo das vinhas. Em termos práticos, o vinho em geral terá uma acidez mais marcada, mais frescor, notas mais frutadas e com menores referências herbáceas (que podem aparecer, quando as uvas não amadurecem bem). No caso específico dos vinhos tintos, a influência da altitude vai além, proporcionando também taninos mais maduros e sedosos, ou seja, o vinho revelará menor adstringência e maior maciez no paladar.
Quanto aos tipos de solo, eles variam muito de uma região para outra, bem como os microclimas. Nas regiões litorâneas, observa-se a influência marítima, com clima mais fresco e úmido; porém, quando se vai em direção ao interior do país, o clima se torna mais continental, apresentando verões mais frios e invernos mais rigorosos. Com tanta diversidade, o resultado é a grande variedade nos tipos de uvas e nos perfis dos vinhos espanhóis.
Os vinhos espanhóis
A Espanha oferece quase todos os tipos de vinhos, agradando a quase todos os paladares: tintos robustos e brancos refrescantes, com boa relação qualidade/preço; além de grande variedade de fortificados e espumantes de muita classe.
Foi conhecida por muito tempo por seus vinhos amadeirados e corpulentos, resultado da tradição de maturar a bebida em barris de carvalho americano por um longo período. Hoje, os viticultores vêm adotando novas técnicas, modernizando o processo de produção e trocando os barris de carvalho americano pelo francês. Como consequência, os vinhos alcançam um perfil mais moderno, mais frutado, mais fresco e, além de tudo, podem ser consumidos mais jovens.
A Espanha, quando comparada ao Brasil, possui uma área total menor que a do estado de Minas Gerais. Mas, apesar de ser um país relativamente pequeno, possui uma grande variedade de uvas plantadas, além de produzir diversos estilos de vinhos, distribuídos entre as mais distintas regiões vinícolas. E, além de tudo isso, possui uma série de curiosidades e histórias muito interessantes relacionadas ao mundo dos vinhos.
E aqui, no Blog da nossa querida Chef Leninha Camargo, na nossa coluna “Uma Viagem ao Mundo dos Vinhos Espanhóis!”, o desafio e empenho serão direcionados em trazer estas informações para vocês, de forma precisa, descomplicada e descontraída! Tarefa que realizarei com o maior prazer e dedicação e espero que vocês disfrutem muito: ¡salud!