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Uma viagem à Rioja

Uma viagem à Rioja: uma das principais regiões produtoras de vinho da Espanha, que além de possuir uma paisagem lindíssima, produz um estilo de vinho bem característico.

A fama da Rioja não se resume ao fato de ela ser uma das regiões mais bonitas da Espanha. Vai muito além! A Rioja não enche apenas os olhos com suas belas paisagens, ela também é marcada por uma vasta cultura, uma gastronomia muito rica, e ainda é responsável por produzir alguns dos melhores vinhos espanhóis, quiçá, do mundo.

Muitos especialistas classificam a Rioja entre as regiões vinícolas mais importantes do mundo, sendo comparada, em nível de qualidade, com Bordeaux e Borgonha (na França), Toscana e Piemonte (na Itália). Muitas vezes é considerada, por seus apreciadores, como a “Bordeaux da Espanha”.

Ela foi a primeira região espanhola classificada DOCa (Denominacíon de Origen Calificada), em 1991, chegando a ser considerada pelos críticos como a mais nobre região produtora de vinhos da Espanha.

Grande parte da região vinícola encontra-se na província de “La Rioja”. Mesmo a área sendo relativamente pequena, ela estende-se a noroeste, para o país Basco; e, a nordeste, para Navarra.

A origem do seu nome está no “rio Ojas”, um pequeno afluente do rio Ebro, que corta toda a região.

Os vinhedos estão plantados em altitudes que variam entre 500 e 800 metros acima do nível do mar. Os solos são calcário-argilosos, com boa concentração de ferro. Não ocorrem temperaturas extremas típicas de climas continentais.

A Rioja sofre menos com os extremos de temperatura comuns a outras regiões espanholas (por causa da influência do Atlântico). Além disso, a região desfruta de uma posição geográfica privilegiada: a Serra da Cantábria ainda a protege dos ventos e chuvas provenientes do oceano.

Quanto às variedades de uvas usadas na elaboração de vinhos tintos, a principal é a espanhola Tempranillo, que normalmente é complementada pela Garnacha, Graciano e Mazuelo. Já para os brancos, a Viura é a casta mais plantada, seguida pela Malvasia Riojana e a Garnacha Branca.

A Rioja possui três subzonas, e cada uma possui diferentes características de solo e clima: Rioja Alavesa, Rioja Alta e Rioja Baja.

Na Rioja Baja, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são argilosos e chove pouco. A principal variedade é a Garnacha e os seus vinhos normalmente apresentam menor potencial de guarda se comparados aos produzidos na Rioja Alta e na Rioja Alavesa. Recentemente, a casta Graciano também começou a ser plantada na região, pois amadurece bem no verão da Rioja Baja. Tanto que ela vem sendo usada na composição dos blends (misturas) com a Tempranillo da Rioja Alta e Rioja Alavesa.

Quanto ao estilo dos vinhos riojanos, é bem característico. Tradicionalmente, os produtores da Rioja definiam seus vinhos pelo blend (mistura de uvas) e pelos longos períodos de estágio em barrica. De forma que os vinhos eram muito marcados pela madeira.

Porém, este perfil tem mudado ao longo dos últimos anos. Na busca pelo equilíbrio entre a fruta e a madeira, hoje muitos vinhos são produzidos com estágios mais curtos em barricas. Além de substituírem as barricas de carvalho americano pelas de carvalho francês.

Atualmente, a tendência é produzir varietais (com uma só uva), e até vinhos com uvas de um único vinhedo. E estas mudanças visam mostrar a personalidade da uva e do próprio vinhedo, em lugar de fazer bons blends.

Como resultado, os riojanos mais modernos são mais frutados e com menos traços da madeira. Ganharam mais classe, elegância e complexidade, justificando o posicionamento entre os melhores vinhos do mundo.

Agora fica fácil compreender a campanha de marketing global lançada pela Rioja: “saber quien eres” (“saber quem você é”). Toda esta propaganda visa mostrar a nova “cara” dos vinhos da região, ou seja, destacar uma série de mudanças nos níveis de qualidade e regulamentações da região.

Então vamos descobrir quem são os vinhos da Rioja, tão aclamados pela mídia e elogiados pelos especialistas. Se você já provou, deixa um comentário dizendo qual foi a sua impressão. Se você não provou ainda: vale muito a pena provar! Tim-tim!

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Por Alê Mendonça

Sommelière; Engenheira Mecânica e Matemática; Mestre em Administração Tributária, na Espanha, e Mestre em Engenharia Mecânica; Diretora Executiva de Eventos da Associação Brasileira de Sommeliers do Distrito Federal - ABS-DF.

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