Mulheres precisam ser iguais aos homens? Porquê mudar as mulheres?
Essa é uma pergunta que sempre me faço, cada vez que me deparo com mulheres líderes que a assumem um modelo masculino de atitude e liderança. Muitas de nós fizemos e fazemos assim para ficar mais alinhadas com o padrão aceito ou para chegar e se manter na alta gestão de empresas. Mas porquê mudar as mulheres?
Exercer liderança é algo presente na vida de mulheres e homens. Ao longo dos séculos a separação das tarefas trouxe uma espécie de diferenciação dos papéis, formando o conceito sexista sobre o que poderia ou não ser feito por mulheres.
Exatamente por haver uma crença que estabelece papeis diferentes para homens e mulheres, fomos assistindo a um certo incentivo para que mulheres mudassem, especialmente naquilo que é o seu maior valor: sua forma lidar com as pessoas.
Estamos mais parecidas com os homens?
Arrisco dizer que em muitos momentos sim.
Não foi por mal, mas copiar o modelo masculino foi um caminho para nos fazer respeitar no ambiente corporativo.
Isso incluiu desde usar ternos, calça comprida e sapatos fechados à adotar um estilo mais duro ao conduzir equipes, desprezando nosso poder de empatia.
Tudo para ficarmos cada vez mais parecidas com os homens e sermos aceitas nas cadeiras de gestão.
Mas porquê mudar as mulheres? Já está mais que comprovado que nossas características são grandes diferenciais para uma gestão de resultados positivos, sendo assim, deveríamos então acolher mais o nosso próprio estilo.
Portanto, fica a dica: Não permita ter sua liberdade de expressão alterada assim, simplesmente porque os homens agem diferente e isso parece ser o aceitável. Podemos ser nosso próprio modelo de liderança.
Dados
Uma pesquisa realizada em 2019, mostrou que nas empresas, ainda há um desconforto com a liderança de mulheres. Pasme, 3 em cada 10 pessoas não se sentem bem em ter mulheres como “chefes”. Mas o pior é saber que não são só os homens que pensam assim, mulheres também.
“A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou o relatório demográfico do primeiro trimestre de 2019. Há 7,8 mil milhões de pessoas no mundo. Mulheres: 5,6 mil milhões e Homens: 2,2 mil milhões.”
Pois é, somos a maioria da população no mundo. Também somos 55% da força de trabalho no Brasil com ensino superior completo. E somos 60% da população universitária. Assim, não dá mais para não considerar mulheres como minoria. Tão pouco, ignorar nosso estilo como um modelo promissor na gestão de equipes e empresas.
Melhor mesmo é não tentar nos mudar. Podemos ser muito mais assertivas quando somos autênticas e nos permitimos atuar com nossas habilidades positivas a serviço da nossa atuação como líderes.
Autenticidade
Mulheres que assumem ser quem são, que usam a autenticidade e se permitem usar suas habilidades socioemocionais na gestão, estão conseguindo virar o jogo nas empresas. E não é apenas uma questão de pensar a igualdade de gênero, sabe? É uma nova forma de agir.
Por isso, precisamos mobilizar o pensamento de pessoas e empresas sobre uma nova ótica, sobre olhar para lideranças femininas à partir de uma nova perspectiva.
Não precisamos mudar o que somos. As empresas é que precisam repensar sua forma de ver a gestão e buscar eficiência na liderança de pessoas garantindo assim, que mais mulheres cheguem ao topo.
Um estudo da Diversity Matters, comprovou que empresas que levam à serio o exercício da equidade, tem demonstrado superação em questões como inovação, colaboração e ambiente de trabalho mais feliz e integrado.
Portanto, nada de mudar seu estilo para agradar ou conseguir a promoção, ok? Se posicione à partir de quem você é. Empodere-se de seus diferenciais e carregue consigo uma liderança que traduz empatia, disciplina, senso de colaboração e atenta ao diverso. Você pode.
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